segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Não sei

Não sei o que foi que me deixou assim, juro que não. Sinto que me atiras-te para dentro do poço, quando eras tu quem costumava tirar-me do mesmo. A verdade é que a simples ausência da tua palavra, e não da tua presença... bem, ambas deixaram de me afectar. Precisamente à minha frente, contudo invisível aos meus olhos. Ausência de palavra, presença desse teu riso, riso esse que provoca eco nos meus ouvidos, interminável... consigo até ouvi-lo neste momento. Até ontem à noite, nada, mas nada disto me afectava mais. Esta manhã acordei em plena melancolia, caminhei até à mesma paragem de todas as manhãs, e esperei, coberta de pensamentos irónicos, pela tua chegada. Esta manhã, tu não chegaste. Ainda mais ironicamente, eu só pensava ''é muito bonito 'escrever mensagem' - 'Para: Catarina', e de seguida fazer um clique - 'Enviar' mas infelizmente isto é a vida real, e esta manhã ao acordar viste que a coragem te deixou''. Deixou pois, e deixou-te bem mal, eu aposto, conhecendo-te como tão bem achava que conhecia, e se é que ainda existem restos desse alguém que conheci em meados de 2005/2006. Na altura em que enchias o peito de orgulho, caminhavas sempre em frente, de cabeça bem erguida e nunca, jamais olhavas para trás. É uma pena que hoje só restem as memórias dos ''bons velhos tempos'', nem sei se as pretendo guardar ou não. É uma pena ainda maior que neste momento já só restas tu, as tuas mentiras e a tua cobardia, no teu próprio poço, onde voluntariamente te afogaste em cada falsa palavra que cuspias como puro veneno. Não sei como, nem porque é que raios ainda senti o assunto abater-se sobre mim. Mas neste momento tenho a certeza que, se passar pelo poço onde resides, não vou sequer olhar para o fundo. Não mais te entrego a minha mão, por medo? Sim. Pelo medo de saber que ao esticar-te a minha mão, me puxarias pelo braço e me deixarias tu na escuridão.

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