quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Um ser complicado

Não me controlo. Não controlo o medo, não controlo esta preocupação, não me contenho. Não consigo! Não consigo ser quem não sou, já fui bem mais (ou menos, talvez) que isto, mas ao abrir as portas a quem não devia perdi mais de mim que aquilo que queria. Disse adeus a toda a confiança que depositava nos outros e até em mim própria, tornei-me num ser preocupado em demasia, desconfiado por demais... neurótica, ansiosa. Mas basta, basta de me auto-criticar. Na verdade, não me culpo, mas isso não minimiza nada, não faz com que as minhas crises acabem. Eu própria tento minimizar, mas lutar contra nós próprios é, e será sempre maior desafio do que lutar contra qualquer outro alguém. Quem me dera ser mais disto, menos daquilo... mesmo que não fosse por mim, mas não consigo. Há certas características que se prenderam a mim de tal forma que não me consigo desprender delas, por mais que tente, por mais que oiça, por mais que queira. Como podemos lutar contra nós próprios e sairmos como o vencedor dessa luta? Apetece-me desistir de mim mesma e deixar que quem queira, que se adapte a mim tal como sou. No entanto, como posso desistir, deixar que se adaptem a mim, quando nem eu me consigo adaptar a mim mesma, não consigo gostar de certas características em mim... Nunca serei um ser perfeito, nem o ambiciono, mas existem coisas que sem dúvida nenhuma já teria mudado em mim há muito, muito tempo. Eu tento, eu juro que tento. Por mim, por ti, tento. Não me faltam forças nem vontade, mas é para além do complicado. Requer paciência, requer compreensão, mesmo que por vezes não dê o mesmo de mim, peço perdão mas eu sou assim. Se estas palavras captarem o teu olhar, não fiques tu a pensar, que tudo aquilo que sou um dia irá mudar, pois serás sempre o único a conhecer os cantos à casa, como ninguém. Um dia, eu volto, eu renasço para o mundo inteiro, mas por agora deixem-me ficar no meu casulo, não me apressem, um dia eu saio e mostro todo o meu esplendor, fazendo todo o mundo ver ''tudo'' aquilo a que dás valor.

1 comentário:

  1. Feliz coincidência de semelhança de imagens, á parte :) (http://diariodaminhapsique.blogspot.com/2008/05/psique.html)...venho dar-te os Parabéns por este teu excelente início neste mundo dos blogs. Quanto ao que falas no post...identifico-me tal e qual. Já sei que com o tempo tudo ganha perspectiva e deixa de ser tão radical, mas é muito dificil deixar de controlar o que não tem, nem deve ter controlo. A nossa natureza tem uma razão de ser. As mudanças de comportamento, as cedências e as arestas vão se limando mesmo só através dos erros repetidos e do tempo que passa sobre eles. Diz-se que só conseguimos realmente mudar ou aprender alguma coisa quando a necessidade fala mais alto e aí estamos preparados e tudo acontece naturalmente. Ás vezes é quando deixas de esperar que as coisas acontecem. Ás vezes o deixar ir, acaba por permitir que as coisas vão ao seu lugar por si próprias. E também existe sempre pelo menos um “alguém” que te aceitará na tua luz e na tua sombra, e saberá respeitar os teus ciclos assim como tu sabes respeitar os dos outros.


    Soul Kiss :)*

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